25 de ago. de 2013

Um pouco do escrevente emotivo


Estes seres definidos por uns como gênios, por outros como lunáticos são mãos que escrevem mais como coração do que com a razão. Sequiosos pelo conhecimento das coisas, dos sentimentos, das pessoas e detentores de ideias latejantes, são inquietos. Mente e corpo trabalham incessantemente produzindo dança em seus psiquismos. 

 Os cinco sentidos vivem em harmonia, muito embora não se possa afirmar que este pro...
cesso aconteça de forma consciente, o que os tornam abertos às experiências e às sensações. Não se esquivam em vivenciar aquilo que as horas lhes apresentam. Permitem que a vida os conduza à inspiração por sensações diversas, manifestas em sons, cores, gosto, cheiro e toque.

 Não. Eles não chegam a ser levianos. Vivem simplesmente. Encaram a beleza e a lógica, a dor e o amor. Reciclam, criam, ressignificam. Sempre fluídos e intensos.

 Escrevem sobre si e sobre os outros. Misturam histórias, inventam outras tantas. São criativos porque trazem o hábito da leitura, da escuta de uma boa música, do diálogo saudável. Na infância certamente brincaram e conversaram "sozinhos", favorecendo a dinâmica da percepção sobre o que acontecia dentro de si mesmos. Esse processo, com a maturidade, os encaminha para dentro de outras pessoas.

 Um talento extra corpóreo os auxilia a captar vibrações e a escrevem o que imaginam ou quem sabe, a realidade. Julgam poeticamente o que, muitas vezes, os tornam carismáticos pela sensibilidade de dizer sem ferir.

 Aqueles que escrevem nem sempre querem ser compreendidos. Amam o que fazem e se realizam com a sintonia entre sentimentos, mente e mãos. Serem lidos é um detalhe e se assim não fosse, desistiriam da escrita com as primeiras críticas dos que não alcançam suas essências.

Não se deve perder tempo tentando entender o ser escrevente pelos seus textos. É como montar um Frankenstein literário. O interessante aqui é sentir tudo o que ele tenta reunir em linhas, pois trata-se de uma compilação de conhecimentos adquiridos por toda uma vida (relações, frustrações, alegrias, amores, temores, leituras, estudos e contato com as artes).

Também pode ser definido como "profundo" e é verdade! Fala do escuro da alma e das luzes do universo. Às vezes provoca assombro, outras plenitude. Ele reflete aquilo que todos trazem dentro de si, mas que se perderam quando se entregaram ao mecanicismo dos dias que direciona à busca infindável do TER e não do SER.

Ana Virgínia Almeida Queiroz

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