14 de fev. de 2012

É para sorrir ou para brigar?


Saindo do Conjunto Nacional após a realização de um exame...

Muito tranquila, elaborando mentalmente um novo trabalho sobre Síndrome do Pânico, pego meu cartão do estacionamento, separo R$10,00 e sigo para o caixa. FECHADO! Lembrei que no extremo oposto ao estacionamento coberto havia outro caixa, peguei o carro e segui até lá. FECHADO!
Percebendo que ainda não eram nem 09:00, imaginei que os caixas em funcionamento estariam no térreo. Segui com o carro para a escada mais próxima e ao lado dela havia um caixa aberto. PERFEITO! Estacionei de ré para facilitar minha saída, entrei na fila, paguei, segui para o meu veículo, liguei o carro e quando estava saindo, uma mulher muito bem apessoada, parou seu carro aonde para pagar o estacionamento? Na frente do meu, na via de circulação. Logo pensei: certamente não percebeu que eu estou aqui, pronta para sair. Abri meu vidro e gentilmente pedi para que chegasse mais para trás.

Para minha surpresa ela reagiu aos berros - só não me chamou de santa -, me ordenando que saisse de ré pela vaga de trás. Não precisou mais que isso para eu perceber que a situação não se tratava de uma conversa entre duas pessoas civilizadas e que eu precisava me manter calma... RESPIREI bem fundo e devagar!

- Minha senhora, se eu sair de ré, vou ter que contornar todo o estacionamento para pegar a mão. Seja razoável, a senhora não pode parar o carro aqui. Me deixe sair e estacione em minha vaga, mas se ficar melhor para a senhora, eu a espero pegar a fila e pagar o estacionamento...mal terminei de falar e ela saiu muito contrariada, olhar fuzilante, quase cantando pneu.

RESPIREI mais fundo ainda. Eu não podia perder meu equilíbrio logo agora passado o pior.

Liguei o som, dei partida para sair, percebi que vinha outro carro. Esperei passar. Segui. Lá na frente, próximo à saída, tive que esperar o tal carro manobrar para estacionar. Olhei pelo retrovisor e nova surpresa; "minha amiga" se aproximando do meu carro, morrendo de rir.

- "Sua otária! Não podia me esperar e agora está aí... kkkkkkkkkkkkkk"
 
Pensei: Eu mereço! Respira Ana! Respira Ana! Respiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiraaaaaaaaaaaaaaaaaahhh!
Lembrei do filme Dia de fúria. RESPIREI para acalmar minha células nervosas que nessa altura do campeonato estavam mais agitadas que nádegas flácidas na Marquês de Sapucaí...

Optei por SORRIR!
Onde eu estava mesmo antes disso tudo acontecer? Ah sim! A crônica...
Tenha um bom dia você também e obrigada pela inspiração!

Os sentimentos estão atrelados às nossas ações e reações, norteando a forma como iremos manifestá-los.
Em casos como o relatado, além de tornar os sentimentos conscientes, é valioso lembrar que o conflito que vem do outro, não lhe pertence.
Não convém se "misturar" com os conteúdos emocionais alheios e se isso for inevitável, a avaliação sobre o que promoveu o "encaixe" é fundamental para evitar futuros embates e a instalação de atos violentos.


Psicóloga: Ana Virgínia de Almeida Queiroz / CRP: 01-7250

Filme: Dia de fúria




2 comentários:

  1. O que mais impressiona é que esse tipo de falta de civilidade está cada vez mais comum em nosso esquizofrênico habitat coletivo. Que aqueles que ainda nos preocupamos um mínimo que seja com a nossa sanidade -- especialmente quando tão tênue se situa a fronteira com a loucura --, tenhamos a lucidez de funcionarmos como estações terminais desses desvarios cotidianos de tantos seres que (ainda) compartilham a condição de humanidade!
    Sergio Cardoso

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  2. Sorrir sempre,eu tento!! Difícil é,com tantas pessoas querendo discutir,mas,há tantas maldades neste mundo,que o melhor é sorrir,conviver em paz,sempre que possível! Parabéns pelo blog Ana amada,Deus te abençoe.

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