26 de nov. de 2014

"A intriguenta tecnologia"

Há algum tempo removi o aplicativo facebook do meu iphone, permaneci em apenas um grupo, de trabalho, no whatsapp e desconfigurei a opção de visualizarem a última vez que lá entrei. Finalidade? Viver em tempo real minhas relações e compromissos. Estar presente, consciente, inteira e entrar cada vez menos em contato com a preguiça de TER QUE dar satisfação para pseudo relações ou com assuntos que e...m nada ou pouco agregam, furtando-me tempo precioso...

A pessoa visualiza e não reponde? Poxa! Ou está sem tempo ou não está interessada em dar atenção. Sinal que exige uma boa dose de maturidade no que se refere a lidar bem com a disponibilidade alheia, com a nossa urgência ou com a rejeição (o que pode ser a grande oportunidade de criar novas possibilidades, com pessoas diferentes).

Viu, não respondeu, justificou... vai saber se fala a verdade! Nesse intervalo entre o envio e a desconfirmação daquilo que gera incômodo no estômago, ou seja, a incompatibilidade entre a explicação do destinatário "desatento" e a própria leitura sobre a situação, nasce a dúvida sobre confiar na fala do outro, na própria percepção ou na "intriguenta" tecnologia e isso fragiliza, podendo nos tornar totalmente manipuláveis!

Controle, cobrança, fiscalização "afetiva", busca de confirmação quanto ao interesse alheio, são alguns dos itens inseridos em um cardápio amplo que objetiva saciar a fome de amor e aceitação... Virtual? Hum rum... #sqn!

Certos de uma digestão ansiosa e frustrante, o melhor caminho talvez seja, aprendermos a usufruir dos recursos tecnológicos com equilíbrio, reservando-lhe a deliciosa função de mantermos relações saudáveis que cresçam a partir desse limitado contato...

E cá entre nós... ainda está para nascer algo mais gostoso do que um bom café entre pessoas que se "curtem", assim como um telefonema inesperado para dizer "bom dia"... é de arrepiar e aquecer a alma!

O mapear com eficiência uma pessoa, guarda uma necessidade indiscutível do "olho no olho", sem subterfúgios que favorecem o esconder-se em justificativas mentirosas e que passeiam pelo delato das "gaivotinhas". A manutenção de amores e amizades, necessita de pele e até onde compreendo, a informática é "UM" caminho que "PODE" preparar para o melhor e que ainda está por vir...

Seria o virtual, o grande causador da superficialidade nas relações ou o recurso perfeito para fomentar a deficiência afetiva em cada um dos que apreciam "jogos emocionais"?

Não seriam aqueles, os medrosos para o "enfrentamento" de si mesmos por intermédio das relações verdadeiramente amorosas e recíprocas?

E se estes não somos nós, por qual motivo ainda perdemos tempo com eles?

Ana Virgínia Almeida Queiroz

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