24 de nov. de 2014

Solitude

Solitude é muita coisa diferente de solidão...

É o impacto dos pés passo a passo, gerando vibração corporal consciente.

Vontade de possuir tentáculos para registrar, na velocidade da luz, essa consciência que abrange sabores e odores, alegrias e temores....


É pé enraizado e cabeça no céu.

Relacionar-se com um outro inteiro que, sozinho, também desenha uma trajetória em busca de templos internos.

É não caminhar em vão, mas paradoxalmente, permitir-se viver no silêncio, livre da tirania das horas, leve, presente.

Respirar dores e seus fechamentos, abrindo espaço para o ramo que brota e deseja desenvolver-se.

Solitude é captar semblantes, sensações, paisagens e retê-los em notas musicais ou em perfumadas letras.

É corpo inserido no espaço e casa de alma feliz ... porque pode expandir, não se encerrando na matéria.

Um organismo que protege uma essência e só. Não a limita, não a oprime.

É a certeza do outro em sua existência sem possuir.

O abraço como aconchego em amor despretensioso.

Dormir sozinho e acordar acompanhado de sonhos em formato de projeto.

Ir e vir, parar quando deseja e não ser menos amoroso ou educado por ser livre.

É o olhar contemplativo para aquele que habita em parte do nosso tempo.

O "não" afetuoso e o "sim" porque sim.

Solitude... amor diário por si mesmo e não menos solidário...

Ana Virgínia Almeida Queiroz
Drágeas Psicológicas no facebook: https://www.facebook.com/drageaspsicologicas

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